terça-feira, 1 de novembro de 2016


A queda mais forte nos pedidos de exportação desde o início de 2009 manteve a indústria brasileira em contração em outubro, com redução nos níveis de produção e emprego, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta terça-feira.
O PMI do IHS Markit apresentou no mês passado ligeiro avanço para 46,3 sobre 46,0 em setembro, no 21º mês abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e indicando deterioração acentuada na saúde do setor.
"Embora seja difícil ver o que poderia quebrar essa tendência de queda nos próximos meses, o Banco Central pode ter fornecido um toque de luz", destacou a economia do Markit Pollyanna de Lima.
"Ao reduzir a taxa de juros pela primeira em quatro anos buscando sustentar a recuperação e em linha com pressões inflacionárias mais fracas, o movimento pode aumentar os investimentos no setor", completou ela, referindo-se ao corte da Selic em 0,25 ponto percentual no mês passado, para 14 por cento.
As três categorias monitoradas registraram piora, mostrou o PMI, com destaque para bens de capital, com a contração nos volumes de produção, de novos pedidos e de emprego acima daqueles vistos em bens de consumo e bens intermediários.
Em outubro, o volume de novos pedidos para exportação apresentou o recuo mais forte desde maio de 2009 em meio à competição acirrada nos mercados globais, segundo o levantamento. O PMI mostrou que 27 por cento das empresas relataram níveis mais baixos de novo negócios vindos do mercado internacional.
O volume de novos pedidos como um todo caiu no ritmo mais fraco em três meses, em meio a condições econômicas difíceis, pressão competitiva e demanda fraca.
Esse cenário levou a indústria brasileira a reduzir ainda mais a produção de forma generalizada, com a taxa de redução chegando ao nível mais forte desde junho.
Com a fraqueza contínua, a redução dos empregos permaneceu forte, devido às tentativas de contenção de despesas, e atingiu todos os três subsetores, com a queda em bens de capital chegando ao nível recorde na pesquisa.
A alta dos preços de insumos no setor enfraqueceu em outubro para o recorde de baixa de nove meses, e os preços cobrados pelos produtos finais subiram da forma mais lenta em 15 meses, com os fabricantes buscando manter a competitividade.
O país passa por grave momento de recessão e um dos setores mais afetados é o industrial. Segundo mais recente pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, as projeções são de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país encolherá 3,30 por cento neste ano e crescerá 1,21 por cento em 2017.

O mesmo levantamento mostrou que a estimativa para a produção industrial em 2016 é de contração de 6 por cento e de aumento de 1,1 por cento no próximo ano.

Produção da indústria volta a crescer em setembro, diz IBGE



A indústria brasileira voltou a dar algum sinal positivo em setembro.  Na comparação com agosto, a produção do setor subiu 0,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado levemente positivo veio depois de duas quedas seguidas. Em agosto, frente a julho, foi registrada baixa de 3,8% e em julho, na comparação com junho, houve retração de 0,1% - número revisado.
Apesar do leve aumento, o IBGE lembra que a indústria ainda está 20,7% abaixo do nível recorde atingido em 2013.
De agosto para setembro, cresceu a produção de itens alimentícios (de -8% para 6,4%), indústrias extrativas (de -1,7% para 2,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (de -12% para 4,8%).
Em relação a setembro do ano passado, a atividade fabril recuou 4,8%. Ainda que o resultado tenha sido negativo, essa queda é a menor desde junho de 2015. No ano, de janeiro a setembro, a retração acumulada é de 7,8% e, em 12 meses, de 8,8%.
Por outro lado, recuaram as produções de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,1%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-2,7%), de produtos de minerais não-metálicos (-5,0%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,2%).
Um ano atrás
Na comparação com setembro do ano passado, as maiores quedas partiram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,5%) e indústrias extrativas (-9,2%).

terça-feira, 26 de maio de 2015

Agora não adianta chorar: pagaremos a conta da folia e corrupção com o dinheiro público. A avaliação do presidente do Itaú não deixa dúvidas.


O momento que o Brasil atravessa é difícil e complexo e o remédio para sair dessa situação é amargo, de acordo com o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal. Neste cenário, o País caminha para fazer a lição de casa, segundo ele, e a economia deve começar a apresentar melhora ao longo da segunda metade deste ano e em 2016.



"Estamos passando por uma fase complicada. O remédio é amargo e não tem o que fazer. Tomado o remédio, os efeitos colaterais e reais passarão a existir", avaliou Setubal, em evento de premiação, em São Paulo. "Acredito que já vamos ver economia melhorando um pouco ao longo do segundo semestre e um ano moderado em 2016", acrescentou.


Na visão de Setubal, o ano está sendo particularmente difícil para o mundo financeiro por conta de crédito e inadimplência. Os bancos têm aumentado o gasto com calotes devido à piora do risco corporativo no Brasil em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato, que apura denúncias de cartel e corrupção na Petrobras.

No entanto, o Itaú tem apresentado resultado razoável, conforme Setubal, por conta das medidas que tomou desde 2011, quando passou a priorizar segmentos de menor risco. Como consequência, controlou os calotes, cuja melhoria na qualidade de ativos têm se renovado a cada trimestre, e elevou seu retorno. No primeiro trimestre, o lucro líquido do Itaú foi a R$ 5,733 bilhões, 29,7% maior que o visto em mesmo intervalo do ano passado, de R$ 4,419 bilhões.

Segundo Setubal, o Brasil está no caminho de fazer a lição de casa para as coisas melhorarem. "Sou otimista e acredito no Brasil. As coisas vão melhorar", destacou o presidente do Itaú Unibanco.

Mais cedo, em entrevista ao Broadcast, o executivo disse que corte de R$ 69,9 bilhões anunciado pelo governo na semana passada foi importante. "Foi um corte importante. O governo está na direção certa", resumiu ele.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Brasil é o único em recessão entre os Brics


O Brasil teve o pior desempenho entre os países do grupo Brics - que conta ainda com Rússia, Índia, China e África do Sul - no segundo trimestre deste ano, sendo o único dentre essas grandes economias emergentes em recessão técnica.
Até mesmo os russos, afetados pelas sanções impostas por Estados Unidos e Europa em função da crise na Ucrânia, conseguiram evitar dois trimestres seguidos de queda no PIB.
A trajetória de desempenho fraco pode antecipar a destituição do Brasil do posto de sétima maior economia do mundo. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Índia deve ultrapassar o País em termos de PIB em 2018.
"Mas isso considera projeções otimistas, então pode acontecer antes", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, apostando que ocorra em 2017. Hoje, a Índia figura na 10ª colocação.
O FMI projeta crescimento de 1,3% para a economia brasileira em 2014 e de 2,0% em 2015, conforme o relatório Perspectiva Econômica Global atualizado em julho. O economista, contudo, considera esses resultados irrealizáveis. Ele projeta avanço de 0,2% neste ano e de 1,0% no ano que vem. A Índia, por sua vez, deve expandir 5,4%, acelerando para 6,4% em 2015, segundo o FMI.
"O Brasil de fato mudou de rumo. Isso reflete a falta de visão de médio e longo prazo. As medidas adotadas pelo País foram míopes, no sentido de ter um crescimento puxado por muito consumo e pouco investimento", avaliou Rostagno. "O governo esqueceu de preparar o País para o futuro", completou o economista.
No segundo trimestre, o crescimento da economia brasileira também ficou atrás de Estados Unidos, Alemanha e Itália (que teve recuo de 0,2% em relação a igual período de 2013), país ainda fragilizado pela crise na zona do euro e pela ausência de reformas.
No mesmo período, o PIB brasileiro registrou queda de 0,9%.
"Isso mostra que o Brasil sofre mais com questões internas. Nossas exportações contribuíram positivamente", afirmou Rostagno, que levantou os dados a pedido do Estado.
Segundo ele, os crescimentos da China (7,5%) e dos Estados Unidos (2,5%) no segundo trimestre em relação a igual período de 2013 reforçam que as dificuldades brasileiras são no plano doméstico. "Os Estados Unidos tiveram um primeiro trimestre ruim, mas foi por causa do clima", disse.
Em outro levantamento, a Austin Rating listou o desempenho de 37 países, e o Brasil superou apenas a Ucrânia, que enfrentou queda de 4,7% no segundo trimestre em comparação a igual período do ano passado.
A Ucrânia está em conflito com a Rússia, acusada de invasão territorial e de fornecer armas e suprimentos a rebeldes separatistas.
O setor externo salvou o PIB brasileiro de registrar um recuo ainda mais intenso no segundo trimestre. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as exportações cresceram 2,8% em relação aos três primeiros meses do ano, enquanto as importações caíram 2,1%.
"Mas é um positivo por razões negativas. A queda nas importações se deu porque a demanda do mercado interno está se retraindo", observou José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). "Isso é determinado principalmente pela indústria, que está reduzindo compras de insumos e componentes", acrescentou Castro.
Diante do elevado endividamento e da renda crescendo menos, os consumidores acompanham o movimento de moderação nas compras, o que também ajuda a reduzir as importações.
Do lado das exportações, os embarques de soja garantiram o bom desempenho. "O setor extrativo mineral também está crescendo muito", observou Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE.
Para o terceiro trimestre, as exportações devem continuar crescendo, ainda que num ritmo mais tímido. A "vedete" da vez, disse Castro, será o petróleo, cujos embarques devem crescer na esteira da recuperação na produção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 16 de julho de 2014


A Apple e a IBM anunciaram nesta terça-feira uma parceria histórica para conquistar clientes corporativos, ao oferecer iPhones e iPads feitos sob medida para usuários de empresas.
A parceria vai oferecer aplicativos para os dispositivos da Apple, que levarão a potência analítica de supercomputadores da IBM a uma força de trabalho móvel, anunciaram as empresas em um comunicado conjunto.
A iniciativa visa a aumentar a fatia da Apple no mercado de dispositivos móveis corporativos, ao oferecer aplicativos adaptados, segurança e outros serviços, que estão no centro dos negócios da IBM.
"A parceria histórica visa a redefinir a forma de executar um trabalho, responde a desafios-chave da indústria da mobilidade e desperta uma mudança nos negócios verdadeiramente liderada pela tecnologia móvel", destacou o comunicado.
"A visão comum da Apple e da IBM sobre esta parceria é colocar nas mãos dos profissionais corporativos em toda parte as capacidades únicas dos iPads e iPods com o conhecimento, os dados, a análise e os fluxos de trabalho de uma empresa", acrescentou.
As duas empresas planejam lançar mais de 100 soluções empresariais específicas, inclusive aplicativos desenvolvidos para a plataforma iOS, juntamente com os serviços da IBM na nuvem, de segurança e análise.
Como parte do acordo, a IBM também venderá iPhones e iPads feitos sob medida para indústrias específicas.
"Pela primeira vez estamos colocando o renomado serviço de análise de 'big data' (estudo de metadados) da IBM na ponta dos dedos dos usuários do iOS, o que abre uma grande oportunidade de negócios para a Apple", afirmou o diretor-executivo da empresa com ícone da maçã, Tim Cook.
"Este é um passo radical para as empresas e algo que apenas a Apple e a IBM podem oferecer", acrescentou.
Para Ginni Rometty, presidente e diretor-executivo da IBM, a aliança permitirá que essas inovações cheguem aos clientes da empresa.
A Apple criará um novo serviço de suporte, ao oferecer ajuda sob medida para as necessidades empresariais, enquanto a IBM vai administrar algumas das funções, como a ativação do dispositivo e a segurança.
O acordo inclui um catálogo de aplicativos privado e ajuda os usuários corporativos a adaptar os serviços da IBM para dispositivos móveis.
Os novos serviços serão oferecidos no novo sistema operacional da Apple, o iOS8, que foi apresentado em junho.